por onde andará meu pensamento...
Me espanto, me assusto e me alegro com os caminhos que de vez em quando encontro nos meus pensamentos...
quarta-feira, 8 de abril de 2009
Desejo.
Percorria toda a extensão do seu corpo sem vida. Limpava cada parte com cuidado. Me deliciava com o poder de dominar um corpo. Atrás da escuridão sombria na noite de céu estrelado, avistei claramente os olhos castanhos, com as sombras dos cílios, da mulher, do corpo que agora era meu. Somente meu. O cheiro de suor e de perfume me conduzia novamente aos seios de minha mãe, mas ela não me abraçava, não podia por estar morta. Percebo que o frio que me toma é o frio real. Saio do transe e fico enjoado ao ver a boca vermelha de sangue da minha mulher nua. Sorria com sua expressão feliz, mas não posso mais deseja-la. Procuro o desejo que se perdeu no real. Me levanto. Vou-me embora. Procuro o meu corpo e só encontro devaneios. Vejo as suas imagens belas. São fotografias. Mas não apareço nelas. Estou ausente de mim mesmo. Invejo os homens. Procuro corpos ausentes como o meu. Encontro. Desejo. Rasgo. O pão nosso de cada dia.
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