por onde andará meu pensamento...
Me espanto, me assusto e me alegro com os caminhos que de vez em quando encontro nos meus pensamentos...



segunda-feira, 6 de abril de 2009

05 de ...


Sabe, hoje o dia passou tranquilo. Tranquilo como eu queria que passasse a vida.
_Bom dia! eu disse.
_ Bom dia! Eles disseram.
Sorrisos, entremeados de olhares livres, abertos, calmos. Bonito. O que eu via era simples e bonito.
Mas agora meu coração apertou. Você sabe, o coração aperta quando a agente não espera. Comigo é sempre assim. Sempre. Apertos inesperados. Sufocamente repentino. E o prenúncio de uma lágrima nos olhos.
A vida. Comemorar e festejar uma vida. Sorrir. Abraçar. Ter esperança. Comigo é sempre repentino também a esperança. Esperança súbita. Mas que me leva.
Hoje eu acordei pronto pra vida. E vou dormir com receios do que ela prepara pra mim. Há sufocamente e esperança. Eles se anulam e eu fico no nada.
Hoje eu queria te contar uma história. Queria ir para o micro ou para o macro. Mas o meu eu me prende em mim mesmo. E eu já não tenho forças pra lutar. Obrigado por me ouvir. De verdade. quando você chegou eu pensei: _Ainda bem! (Foi essa a hora da esperança). E foi aí que eu disse _Sabe. Tranquilo.
Porque eu sou daqueles que gostam de eufemismos. Sim, eu sou. Eu sou daqueles que se enganam. Que se sabotam. Eu sou daqueles que dizem que o dia foi tranquilo.
Pode parercer estranho mas eu insisto: eu queria contar uma história. Uma história de crianças. Daquelas que surpreendem a gente pela energia, pela simpatia, pela graça, pela vida. Eu queria te contar da vida na criança. Falar um caso engraçado, como o da menina que tem ciúmes dela meam no espelho. Falar de sonhos, de apresentação na escola, de filmes, de promessas, de descobertas, de vida. É isso, eu queria contar uma história de vida.
Mas meu ser está um pouco sem vida pra isso. Não. Ele está muito sem vida pra isso. Eu estou muito sem vida pra isso. eu estou muito. Muito. Muito cheio de saco do eufemismo barato. Muito sem acreditar no homem. Na vida. É isso. eu não confio no homem pra lutar por ele. Nem sei se confio em mim, pra lutar por mim mesmo.
Me desculpa. Eu queria escrever algo que trouxesse uma esperança ao menos súbita. Mas acho que minhas palavras só trazem sufocamento. A minha esperança súbita é que você não seja como eu. Que você se chateie com pessoas como eu e vá a luta pra tentar "esperançá-las". Eu torço para que você, nesse silêncio, possa esperançar o coração do homem. Possa esperançar meu coração. Como eu tentei aqui mas não pude. Era preciso que eu dissesse isto. E apenas isto.

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