por onde andará meu pensamento...
Me espanto, me assusto e me alegro com os caminhos que de vez em quando encontro nos meus pensamentos...



sexta-feira, 10 de julho de 2009

Carta nº 1

Querida Dorotéia,

Há muito não conversamos. Já pensei em te escrever por diversas vezes, mas tinha medo do que podias me responder. Afinal, nosso último encontro não foi tão agradável quanto das outras vezes. Decidi escrever quando percebi que o dia passava rápido, os anos mais ainda e que era preciso agir rápido. O tempo já me engole. Não sentes isso também?

Percebi logo que não podia mais esperar-te. Devia ir até você e dizer o que digo agora:

Me perdoe.

Não é preciso dizer mais nada. Tudo o que quero ouvir de tua boca é o perdão. Nosso passado, nossas alegrias, nossas lembranças virão como um furacão a partir daí. Mas por enquanto meu arrependimento me impede de pensar em como foi bom viver com você. Não sou muito hábil com as palavras, perdoe-me por isso também.

Espero ancioso uma resposta tua. És minha última esperança. Passaram muitos pela minha vida. Como passaram! Mas não fui capaz de fazer nenhum deles permanecer. Agora sei que a vida é muito mais do que a vida que vivi. E que a vida que vivi não é vida. A vida que vivi foi espera.

Cordialmente,

Eusébio.

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